Colunista - Manu Drumond

Sempre chega a hora

Por Manu Drumond

06/04/2017

Desde que decidi voltar definitivamente para a Comunicação, uma lista infinita de cursos e tarefas foi se formando. Eram mais itens para acrescentar que itens a riscar. A sensação de não estar fazendo nada, de estar sempre devendo ia só aumentando.

Um sentimento eterno de não ter feito nada. Mas, ainda assim, continuava a fazer metas, listas e planos. O que, no caso, era para ser organização acabou sendo frustração.

Alguns cursos e tarefas eu tinha certeza que era preciso fazer o quanto antes, seriam extremamente importantes para o começo. Alguns eu também sentia que poderiam ficar para depois quando já tivesse dado os primeiros passos. E, outros eu não sabia se deveria e quando, só cismava que era preciso fazer e metia a cara. Como uma boa taurina, teimava e ia.

A questão é que ao longo de todos estes últimos meses de reinserir-me na área, de fazer cursos, atingir metas, eu descobri que tudo tem a sua hora.

Algumas tarefas eu as colocava na lista de manhã e na tarde do mesmo dia aparecia a oportunidade de fazer. Como num passe de mágica, eu estava com a faca e o queijo na mão para executar. Já outras que eu insistia em fazer não fluíam, a coisa não andava feito uma mula empacada. Inscrevia-me no curso, organizava-me para estudar ou treinar, e nada. Confesso que alguns destes estão até hoje por fazer.

Foi aí que eu entendi que era o momento de olhar pra dentro, ouvir meu coração e só aí decidir o que fazer. Era preciso ver além da lista.

Foi preciso ser sincera comigo mesma, com meus sentimentos e objetivos. Principalmente com meus limites e entender que eu não era uma máquina de executar tarefas. Que a vida tem sua própria ordem de prioridades. Era preciso dar um passo de cada vez. Acabei por entender que optar por fazer algo hoje ou amanhã não pode ser apenas sintoma de urgência ou procrastinação, mas também de sentir se é ou não a hora.

Quando é o momento certo, a situação corre com mais facilidade, o aprendizado é mais sadio. Tudo bem que há coisas que dependem de nosso esforço de seguir em frente, de vencer as armadilhas e seguir. Porém, quando se está conectado consigo mesmo é diferente e você sente que é.

A vida organizou minha lista. Me pego rindo muitas vezes, porque as minhas prioridades tão automatizadas foram redefinidas. Ouvi-me, conectei-me com o que quero e deixei a vida fazer os retoques finais.

Hoje, acredito que tenha chegado a sua hora de conectar com você mesmo. Acolher seu momento e sua história. Entender onde está, para onde quer ir e fazer um trabalho conjunto com a vida.

Sempre chega a hora, e esta será a melhor hora. Tenha fé em você, que se for a hora, você estará preparado.

Para fechar, ouça: http://bit.ly/deixaavidamelevar

Um beijo, Manu. 

 

Manu Drumond é viciada em café, é apaixonada por pessoas e suas histórias. Nasceu no interior de Minas, mas fez de Beagá seu lar. Formada em Jornalismo e especialista em Redes Sociais.  contato@manudrumond.com