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QUEM SOU?

Por Gabriel Rangel

08/05/2017

São pequenas gotas de lágrimas.

Antes choro feliz, agora dos mais tristes.

Como uma serpente, rodeio as páginas.

Desta cidade ilustre que hoje existe.

 

Desço aos tropeços pelos morros do norte.

Entre pedras, areias, casas e pontes.

Trouxe progresso, arrimo e muita sorte.

Mas hoje estou fraco, sem rumo, sem fontes.

 

Tive em meus braços um ponto de encontro.

De um povo estranho que se tornou família.

Agora mirrado não sei se levanto.

No mar da esperança tornei-me ilha.

 

Esquecido por todos, jogado ao Léo.

Meu nobre destino há de se encolher.

Devido aos maus tratos de um abraço cruel.

Do sangue derramado para vida lhes prover.

 

Somos conhecidos pelo mesmo nome.

Mas ao ser pronunciado apenas lembram de você.

Sou dos antigos lembrança que não se consome.

Sou das crianças algo a padecer.

 

Sou Rio, sou Espera, sou caminho, sou amor.

Sou cidade, sou encontro, sou um povo, sou fervor.

Sou lágrima, sou vento, sou o sopro, sou esperança.

Sou avô, sou pai, sou avó e mãe, sou criança.

 

Não se esqueça de mim querida cidade.

Carrego contigo o nome e a verdade.

Não se passe por nós a pura maldade.

De envergonhar a Virgem da Piedade.

 

Poema QUEM SOU? foi produzido pelo rioesperense, advogado e compositor Gabriel Rangel.