Cultura

Itinerância de Dança da Fundação Clóvis Salgado leva espetáculo Nuvens de Barro ao Museu de Congonhas

A apresentação será nesta quarta-feira, 10, às 20h, no Museu de Congonhas.

10/05/2017

A Fundação Clóvis Salgado dá sequência a seu programa de Itinerâncias e promove o encontro do público com a dança contemporânea. Dessa vez, a Cia. de Dança Palácio das Artes apresenta em Congonhas o espetáculo Nuvens de Barro, montagem livremente inspirada na obra do poeta Manuel de Barros. A apresentação será nesta quarta-feira, 10, às 20h, no Museu de Congonhas. A entrada é gratuita.

Nesse trabalho, a Cia. mergulha no universo lírico e brejeiro do Poeta do Pantanal para descobrir, inventar e reinventar a delicadeza, a simplicidade e o realismo fantástico presentes nos versos do escritor.

Essa é a primeira participação da Cia de Dança no projeto Itinerância FCS. De acordo com o regente da CDPA, Cristiano Reis, esses encontros permitem à Cia. levar seu trabalho a outros municípios e se conectar com novos públicos. “Quando viajamos, temos a chance de mostrar nosso repertório para novas pessoas e também conhecemos novos palcos. E isso é extremamente importante para o grupo, pois os bailarinos se conectam com diferentes plateias”, destaca Cristiano. Em setembro, a Cia. de Dança apresenta o mesmo espetáculo em Patos de Minas, no Alto Paranaíba.

Com direção coreográfica de Fernando Martins e direção cênica de Joaquim Elias e Fernando Martins, Nuvens de Barro é uma coreografia criada de maneira colaborativa entre os bailarinos da Cia de Dança, em mais um processo que envolveu um período de pesquisas. Durante dois meses o coletivo se debruçou sobre a obra de Barros até encontrar um ponto que unisse a dança e a poesia.

O Espetáculo

Inspirados pelas metáforas de Manoel de Barros em que coisas se humanizam e pessoas se coisificam, os bailarinos passaram a identificar e criar movimentos que refletissem o imaginário poético da obra. Desse processo, surge uma coreografia inventiva e inventada, em que os bailarinos permitem ser permeados por um universo lírico e ocupam outros corpos, criando algo híbrido, mutável. Ora transformam-se em peixes dançarinos, ora em pedras que se tornam pássaros; que se tornam homens. Elementos cênicos como maçãs e plantas ganham vida e se transformam em novos objetos – ou corpos –, que também interagem com os bailarinos.

O nome da coreografia também é uma alusão às metáforas de Manoel de Barros. A ideia é unir dois elementos que já possuem um significado explícito e criar um terceiro, quase irreal ou inimaginável. A nuvem transmite a leveza, o lado delicado do trabalho. Já o barro é a parte mais pesada, mais palpável. “Quando estávamos pensando no nome da coreografia, esses dois elementos surgiram de uma forma muito nítida para nós. Então, decidimos uni-los, criando as ‘nuvens de barro’, um diálogo interessante com o realismo fantástico do Manoel”, explica Cristiano Reis.