Colunista - Dr. Sílvio Lopes de Almeida Neto

ATÔNITO

Por Dr. Sílvio Lopes de Almeida Neto

20/06/2018

Sempre me pautei por esquivar-me da ação de emitir qualquer opinião, em se tratando de política. Me parece, contudo, que estando sob o pálio de uma democracia, desta feita não me permito o silêncio. Partindo desta premissa, certo é, que todos possam neste Brasil com “z”, aprovar ou questionar todo esse fisiologismo barato que se nos apresenta. Entenda-se fisiologismo como sendo a prática ou tendência para a prática da procura de vantagens pessoais ou favorecimentos privados no desempenho de cargos políticos ou públicos, em prejuízo do interesse público comum. De qualquer forma o horizonte se nos apresenta bem distante dos escritos de Voltaire, via de seu personagem Cândido orientado por Pangloss, seu preceptor. O país de Eldorado senhor muito “sério” e “culto” candidato ou coisa que o valha, Bolsonaro, tem outra realidade bem distante do contexto social que o senhor vive e que, se valendo da ilusão das massas, “vide bula” nazismo, fascismo, se encontra propalando, para lhe esclarecer, divulgando.

Não menos certo, é, que ao seu juízo, me parece Monteiro Lobato estar condenado à masmorra, tudo isso apenas por descortinar e lhe explico melhor, descobrir, enxergar, que “Um país se faz com homens e livros”. A despeito de minha ignorância, rogo vênia para lhe dizer que sua argumentação é tanto vulgar quanto o que Henry James pensava sobre histórias macabras, seja” Não: nada de cadáveres. Nem crimes. Nem castelos escuros. Nem sangue. Nem alçapões secretos. Nem monstros que caminham pela noite. Não: o mistério e o pavor não dependem dessas coisas. Os fantasmas, se existem, caminham à luz do dia. Quando se tem medo, é o próprio sangue que esfria nas veias. Fora dos túmulos, os cadáveres existem apenas na imaginação. E os alçapões secretos são as ciladas preparadas pelo subconsciente.

A  atmosfera é assustadora porque o impossível coexiste com o possível...” Dito isso, brasileiros, lembrem-se de que “ Não sois máquinas, homens é o que sois”. Nessa direção, em prevalecendo sua retórica, figura de retórica fica melhor, ou seja, artifício de linguagem, senhor Bolsonaro, por qualquer deslize, explico, lapso, engano, queda moral de um ente querido, a sua solução é a masmorra. E não se enganem, a título de exemplo apenas, esbarrar em um cone postado na via pública, ou por um arroubo, arrebatamento, enlevo, alguém furtar aquele mesmo cone, solução simples; masmorra. Uma vez encarcerado, em condições de total degradação, sem esperança de ressocialização, “o problema é de quem por lá se encontra”. Tal aberração segue o caminho de que se produza mais desajustados, pouco importando, segundo o senhor, que se julga acima do bem e do mal, que tenhamos o retorno de mais um celerado. Enfim, certo é, que a segregação é necessária, antes disso, premente, outrossim, é que não percamos pelo menos o rótulo de seres humanos. Diante dessa modesta manifestação que apresento na atmosfera assustadora do Brasil com “z”, entendo ser importante concitar aos brasileiros que reflitam sobre as “asneiras” do senhor Bolsonaro.

 

Dr. Sílvio Lopes de Almeida Neto é um renomado advogado com vinte e sete anos de atuação na área criminal. Ele adora defender seu semelhante e, além dessa bonita profissão, gosta de escrever crônicas nos momentos de lazer. Ele é casado com a rioesperense Drª Sara Miranda, reside na maravilhosa cidade de Rio Espera e é colunista em nosso portal de notícias.