Congonhas

Simulado de evacuação em Congonhas indicou necessidade de maior participação da comunidade

31/07/2018

O simulado de emergência e evacuação que atende o Plano de Ação de Emergência da Barragem de Casa de Pedra, realizado na manhã do último domingo (29/07) no Residencial, apontou que o volume das sirenes melhorou em relação ao último teste e que as rotas de fuga ficaram melhor posicionadas. O tempo de deslocamento da população foi calculado em 20 minutos. Devido à baixa adesão dos moradores, a avaliação indicou, ainda, a necessidade de conscientizar e mobilizar a comunidade sobre a importância de sua participação.

A ação, promovida pela CSN em parceria com a Defesa Civil de Congonhas, contou com a participação de representantes da Defesa Civil de Minas Gerais, da Defesa Civil de Jeceaba, do Corpo de Bombeiros, do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, da Polícia Militar, da Guarda Municipal de Congonhas, da Diretoria de Trânsito de Congonhas, da Associação de Moradores do Residencial e de empresas, entre elas, Anglo Gold, Usiminas, ArcelorMittal, Ferrous+, Samarco, DAM Engenharia e Gerdau.

O simulado foi feito nas ruas Maria de Castro, Santinha Teixeira de Matos, José Morais Silva, Carlota Cordeiro e Crispim Francisco Mendes. Os esforços foram concentrados no Residencial devido à sua densidade demográfica. Seguindo a metodologia que está sendo aplicada em Minas Gerais, o teste será realizado de forma gradativa.

Após o toque da sirene, a comunidade se deslocou pelas rotas de fuga definidas, chegando ao Ponto de Encontro localizado na rua José Siqueira. Apenas uma pessoa se dirigiu ao Ponto de Encontro do Centro Municipal de Educação Infantil Pingo de Gente. Durante o exercício, os balizadores observaram que os moradores saíram de suas residências, mas não se deslocaram. Era prevista a participação de 25% da população, mas apenas 5% aderiu à ação. O bairro possui 1400 moradores e 382 residências.

Foi possível medir o tempo de deslocamento dos moradores, que foi de 20 minutos; medir a aderência da comunidade, por meio da triagem; testar duas sirenes; medir o tempo que os órgãos públicos gastaram para fazer o isolamento das vias, calculado em 4 minutos; e verificar a desenvoltura do veículo com sistema de sinalização redundante em consonância com o deslocamento da comunidade. Também foi realizada uma pesquisa com a comunidade.

Para a professora aposentada Elba Regina Barbosa, que se deslocou da rua José Moraes Silva até o ponto de encontro, a avaliação foi tranquila. “A mensagem de voz do carro estava um pouco embolada, não deu para entender nitidamente. Mas o trajeto foi bem sinalizado e tinham muitas pessoas dando apoio. Em relação às pessoas idosas e os doentes complica por conta da mobilidade, mas disseram que vão fazer um teste separadamente. O simulado é importante para a conscientizar a população e para saber o que fazer no momento”, avalia.

O gerente geral de Sustentabilidade da CSN, Eduardo Sanches, explica que a empresa fará uma avaliação desse simulado para que possa traçar novas estratégias para os outros que virão. A intenção é realizar simulados em outros bairros que estão próximos à barragem e em escolas. “O simulado já trouxe algumas evidências interessantes em relação aos eventos anteriores. Percebemos uma audição melhor dos avisos, uma melhora na organização do processo e as placas de sinalização estavam mais adequadas. No geral, percebemos que houve uma evolução. Agora temos que nos preocupar com os próximos passos e como vamos tornar esse processo de treinamento mais eficaz, porque é um processo educativo. Precisamos ter uma participação mais efetiva da comunidade. Nas nossas reuniões precisamos deixar bem explícita qual a responsabilidade de cada personagem dentro desse processo. A empresa elaborando a infraestrutura, compilando dados e fornecendo recursos. Conto muito com a participação dos líderes comunitários para que eles exerçam a liderança em prol do grupo que eles representam”, avalia.

Segundo o secretário de Gestão Urbana, Sandro Cordeiro, a Defesa Civil de Congonhas e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente acompanham ativamente a situação das barragens, levando em conta que outras empresas mineradoras estão instaladas no Município. “Temos o dever de cuidar da nossa comunidade, por isso a participação da Defesa Civil. Esse simulado foi importante, para que pudéssemos orientar a comunidade em caso de um eventual desastre. Embora muitas famílias não tenham aderido, é um avanço. Agora, a CSN, juntamente com a Defesa Civil do Estado e a Defesa Civil do Município, vai fazer uma avaliação, ver o que pode ser melhorado e como conscientizar as pessoas sobre a importância da participação nesses simulados”, pontua.