O Sistema Nacional de Emprego (SINE) em Congonhas tem atraído diversas empresas para que estas disponibilizem através dele suas vagas de emprego. Este mês, dezoito (18) delas realizam prospecção de trabalhadores no órgão federal, que funciona graças à estrutura e pessoal cedidos pelo Governo Municipal. Há inclusive um setor específico de intermediação de mão de obra que está em contato direto com os empregadores de Congonhas e região.  

Recorreram ao SINE Congonhas entre 1º e 22 de outubro as empresas Tora transportes, Mais segurança, Via 040, CRC engenharia, JCA engenharia, Cardan, CBSI, AB e B, Install Tecnologia, Restaurante Celinha, Sengel, Minas Telecom, LL Transporte, Lafaiete Serviços Gerais, Supermercado BH, Transpes, Acoplation Montagens e Manutenção. Estas e os candidatos demonstram grande contentamento com as novas condições de atendimento criadas pela Prefeitura para o SINE Congonhas, que possui a maior estrutura física de Minas. A nova sede, mais ampla e melhor dividida, localiza-se à av. JK, nº 1.454, próximo ao Posto Morvan, no Centro. Outro fator que concorre para a elevação da qualidade dos serviços foi a qualificação recente pela qual toda a equipe do SINE passou na Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (SEDESE), em Belo Horizonte.

Geralmente o perfil do trabalhadores de Congonhas para atuação na área das mineradoras agrada aos entrevistadores, em decorrência da experiência adquirida na Gerdau, Vale, Ferrous e Ferro+ e a consequente carteira de trabalho já assinada anteriormente. Gestor do projeto da Reframax, firma especializada em refratários, eletromecânica, calderaria e chaparia e que atua como tercerizada na Ferrous, Décio Luiz e Silva Teixeira tem como meta ocupar o máximo de vagas possíveis com trabalhadores da cidade. “Este é um ganho mútuo, para nós, para o SINE e para o trabalhador e sua família. Afinal a economia da cidade gira em torno do trabalho. No primeiro momento, prospectamos junto ao SINE Congonhas profissionais diretos, como ajudantes e até encarregados, que geralmente trazemos de fora, mas a experiência do congonhense nesta área nos permite este tipo de contratação também”, observa.

Esta terceirizada tem como política abrir as portas para o primeiro emprego e, por isso, destinou nove das 96 vagas abertas para este público. “Já entrevistamos estes jovens de Congonhas. Se nós não os capacitarmos, eles vão ficar sem espaço no mercado. Por ter pouca ou nenhuma experiência, geralmente eles buscam vagas para as quais se sentem mais aptos”, comenta o gerente.

 Seu colega Adriano Lúcio de Oliveira, encarregado administrativo do contrato lembra que a Reframax sempre utiliza o SINE das cidades para prospectar trabalhadores. “Aproveitamos o SINE para realizar as entrevistas, no que nos ajudam com local e agendamento, e até para treinamento. Devemos ministrar também aqui as aulas de Segurança para o Trabalho para a equipe recrutada. Fomos muito bem recebidos, por isso agradecemos a toda a equipe”, testemunha.

Motorista carreteiro e encarregado de elétrica, Marco Antônio Barbosa, do Alvorada, lembra a quem quer concorrer a uma vaga em empresas como esta precisa estar ciente de que elas exigem um certo nível de conhecimento, curso profissionalizante e carteira assinada. Mas lembra que o aspecto comportamental é muito importante para garantir um emprego e permanecer nele. .

O candidato já havia recorrido ao SINE Congonhas outras vezes e afirma que as novas instalações, na avenida JK, são mais amplas. “Elas oferecem espaço melhor para a gente aguardar as entrevistas, o atendimento melhorou muito até com relação ao número de atendentes. O mais importante é o número de empresas que estão vindo recrutar trabalhadores aqui. O congonhense tem de ser a prioridade: as empresas que chegam precisam dar mais oportunidades para gente da cidade. O custo de quem vem de fora é mais alto para a empresa e para o Município”, comenta.

A Minas Telecom, que possui franquias da VIVO na região, está reformulando suas equipes e também busca no SINE Congonhas profissionais que se adequem ao seu perfil. Renata Iara Santiago Ribeiro, gerente de Recursos Humanos, entrevista candidatas a uma vaga de consultor em vendas para Congonhas e outra para gerente em Ouro Branco. “Nestas ocasiões sempre utilizamos os serviços do SINE, porque se trata de um meio extremamente importante de prospecção de pessoas, oferecendo espaço, conforto e candidatos agendados. Para nós que viemos de fora, o SINE é o nosso contato na cidade e nosso parceiro”, assegura.

Mas a gerente de RH faz um alerta sobre os profissionais que tentam ocupar vagas como as que sua empresa oferece: “Sinto que as pessoas estão muito mal preparadas para o mercado. Elas precisam se preocupar com suas carreiras. Não podem deixar uma marca negativa no serviço anterior. Precisam demonstrar brilho nos olhos. O processo seletivo hoje é algo muito desafiador, tanto para o empregador, quanto para o candidato. As pessoas precisam buscar o autoconhecimento, pensarem o tempo todo nas atitudes e posturas comportamentais que tiveram na empresa onde trabalhou ou que venham a trabalhar, porque isso impacta no currículo que ele vai apresentar e define se vai ou não retornar ao mercado de trabalho. Qualificação profissional é exigida sempre, mas o que mais pesa atualmente é fator comportamental. Se você tem um comportamento adequado, a empresa vai investir no seu conhecimento. É preciso se preocupar com a sua carreira”, aconselha Renata.

Uma das candidatas a vaga de consultor de vendas é Carla Graciely Lima, moradora da Fonte dos Moinhos. Ela exerceu esta função na loja da TIM até 2015, mas acabou deixando o emprego quando a franquia mudou de proprietário. “Gosto muito da área de vendas, sou de família de comerciantes. Oportunidades como esta nos possibilita fazer o nosso próprio salário, o que é um fator motivador. E a Minas Telecom é uma empresa séria que busca a excelência a cada dia”, comenta.

Carla, que já havia recorrido à antiga estrutura do SINE Congonhas em outra oportunidade, também concorda que o órgão é a melhor porta de entrada para o trabalhador. “Além disso, as novas dependências são amplas, o local é mais bem localizado. Aprovo também este pedido que a Prefeitura tem feito para que os empregadores contratem mulheres, pessoas ainda sem experiência, mas principalmente o trabalhador da cidade. Quanto se contrata pessoal em Congonhas, as empresas economizam com alojamentos, a Prefeitura com os serviços públicos e a família daqui ganha mais oportunidade de sustento”, completa.

Intermediação

O coordenador do SINE Congonhas e diretor de Trabalho e Renda da Prefeitura de Congonhas, Edson Raimundo da Silva, lembra que o setor de intermediação de mão de obra tem tomado a dianteira no processo da relação com as empresas, convencendo-as a utilizar seus serviços. “Mas nosso objetivo não é alcançado somente na oferta de vagas. Pedimos para que deem oportunidade para a mulher, para o primeiro emprego e, em primeiro lugar, para o morador de Congonhas. Esta é uma exigência que o prefeito Zelinho fez ao SINE. Na mineração especificamente há pouca abertura para a mulher, mesmo assim insistimos. Em contrapartida, facilitamos todo o processo de seleção de profissionais, dedicamos até o segundo andar para as empresas”.