Por Emanuel Tadeu
22/02/2019
Como é bonito perceber o cuidado daquela senhora pelo seu pé de tomate. Toda vez que a visito ela me conta histórias sobre aquela plantinha. Quantas tribulações já sofreu aquele pé! Em uma das obras da casa ele quase morreu, o calor forte quase o secou, os gafanhotos querem devorá-lo, mas nada disso faz desistir aquela senhora de cuidar do pé de tomate. Uma vez, algumas visitas já quase o esmagaram ao pisar nele sem querer, mas ele resiste. Resiste, pois tem alguém que o ama muito e cuida dele. Alguém que sempre dá um bom dia e não esquece de regá-lo. Seus frutos são ótimos, mas mesmo que não produza muito, já basta tê-lo por perto.
Na vida não é diferente! Não importa muito o tanto que se produz, mas como tem sido o pouco que é produzido. Em um mundo tão apegado à eficiência, as pessoas são mais valorizadas pela quantidade que produzem, aliada à qualidade, do que qualquer outra coisa. É preciso ter espaço para o pouco e para o frágil! Precisamos enxergar o outro e não pensar no que ele pode me oferecer simplesmente como se eu me relacionasse apenas para receber algo.
A lógica da gratuidade é o verdadeiro baú da felicidade. Enquanto eu plantar e ficar esperando apenas frutos grandes e bons, não compreenderei o que é ser feliz. Cuide dos “pés de tomate” da vida e não se esqueça de amá-los antes de querer exigir seus bons frutos.
Emanuel Tadeu é um poeta, neste instante do existir, buscando no simples o extraordinário que se manifesta. Natural da pequena Rio Espera, de uma singela família. É Seminarista da Arquidiocese de Mariana e Bacharel em filosofia pela Faculdade Dom Luciano Mendes.