Congonhas

Imagens que contam histórias: congonhenses relembram fatos da cidade em Noite de Caldos e Causos

15/08/2019

A Noite de Causos e Caldos foi uma verdadeira viagem nos tempos passados. Com o tema “Fatos e Fotos”, congonhenses contaram, a partir de registros fotográficos, histórias marcantes sobre suas vidas e Congonhas. A sexta edição do evento, realizado nesta terça-feira, 13, na Casa do Professor, foi promovido pela Secretaria de Educação.

Ao todo, dez convidados presentearam o público com diversos causos. Participaram Aurea Senra, Maria do Carmo Dias Camelo (Dona Carminha), Luciomar Sebastião de Jesus, Neiva de Freitas, Roberto e André Candreva, Antônio Vieira, Paulo Henrique, José Félix Junqueira e Regina Bahia, além do prefeito Zelinho, do vice-prefeito Analdo Osório e da secretária de Educação Maria Aparecida Resende. o público se divertiu com o sertanejo de raiz tocado pela dupla Ângelo e Ângela.

Dona Carminha mostrou uma foto da Fazenda São Simão, feito na década de 20 por um fotógrafo de Juiz de Fora. O registro das Bodas de Casamento de seus avós não só revela memórias e histórias de gerações da família, mas também mostra a região chamada, atualmente, de Joana Vieira. “Quem sabe ou já ouviu falar o nome do noivo que aparece na passagem bíblica das Bodas de Caná? É Simão. E 28 de outubro foi o dia em que o meu tataravô colocou a cumeeira na fazenda, que é o dia de São Simão. Olhava-se em um livro que ainda tinha sido do Bento Rodrigues da Cunha, meu tataravô. O Bento Rodrigues da Cunha construiu essa casa e ficou na família por muito tempo”, relembrou.

 

O prefeito Zelinho relembrou um episódio marcante para Congonhas, na época em que era vereador: quando os militares apareceram em Congonhas, sob ordem do governador Antônio Chaves e do arcebispo Dom Oscar, para levar imagens dos Passos da Paixão para o Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, que pegou foto três meses depois do ocorrido. “Quando eu cheguei, várias imagens já estavam enroladas em cobertores. Os policiais estavam todos com metralhadora, era época da Ditadura Militar. Perguntei quem tinha autorizado e responderam que era ordem do Governador. Tinha meia dúzia de pessoas da Jacuba naquele momento, e as pessoas foram chegando, falando que não iriam retirar as imagens. Foram umas quatro horas ou mais. O Altary conseguiu falar com o Governador e ele autorizou a permanência das obras. Foi importante, foi a primeira mobilização do povo de congonhas”, contou, relembrando, ainda, outros dois momentos, o da implantação da Gerdau na cidade e o prêmio de Melhor Cidade de Pequeno Porte que Congonhas recebeu em 2015.

A secretária de Educação, Maria Aparecida Resende, que falou sobre a família Cordeiro, destacou a importância do evento para o resgate patrimonial: “Essa felicidade é intensa porque a gente vai deixando marcas. E é preciso que a gente deixe marcas de história, estudo, fatos, contos, sejam verídicos ou crendices. Desde 2014, iniciamos aqui o Causos e Caldos. E cada ano temos um tema. Sou uma pessoa que gosta muito desse resgate da memória. Temos a Educação Patrimonial, que existe como tema transversal voltada para o material e o imaterial. E hoje vamos destacar o imaterial, com fotos e fatos sobre elas”.