Gerais

IFMG vai produzir 125 mil máscaras para doar a instituições de saúde

Com o projeto “Rede de Colaboração”, Instituto Federal de Minas Gerais firmou parceria com empresa para fabricação de protetores faciais. Distribuição começou em Betim nesta terça-feira, 12/05.

12/05/2020

Uma ação conjunta que reuniu esforços do poder público e da iniciativa privada, visando ao fortalecimento do combate à Covid-19, vai beneficiar dezenas de instituições de saúde pública, em mais de 30 municípios do estado, com a produção de quase 125 mil máscaras. A iniciativa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) reúne diversas frentes de trabalho. A primeira delas é fruto do projeto "Rede de Colaboração”, que firmou parceria com a empresa Sumiriko Indústria de Borrachas para a fabricação de 22 mil protetores faciais. A distribuição gratuita começou a ser feita pelo IFMG a partir desta terça-feira, 12 de maio, em Betim.

Oficializada em abril, a parceria viabilizou a produção da chamada máscara “face shield”, fabricada em material transparente, que possui suporte para fixação na cabeça e funciona como um escudo facial. Enquanto o IFMG forneceu os insumos (adquiridos com orçamento próprio e doações de parceiros), a Sumiriko trabalhou no projeto do molde e na fabricação do suporte da máscara.

Os componentes serão utilizados na montagem do escudo, cuja parte frontal está sendo cortada no laboratório do campus do IFMG em Ibirité. A montagem final será realizada pelos beneficiários para que o processo de distribuição seja otimizado. Além disso, de acordo com o pró-reitor de Extensão, Carlos Bernardes Rosa Junior, professor que coordena a iniciativa, ao receberem as doações, as instituições serão instruídas sobre a necessidade de esterilização dos materiais.

“Não foi repassado qualquer valor financeiro à empresa, o interesse das partes se restringe à atuação conjunta para cooperar com o SUS, sobretudo no sentido de evitar o desabastecimento de insumos necessários ao atendimento da população”, afirma.

Utilização de impressoras 3D

Numa segunda frente, professores e alunos estão trabalhando, desde março, na produção de “face shields” fabricadas em 24 impressoras 3D da própria instituição. De acordo com o coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica, Tiago Simão Ferreira, outras 20 máquinas de parceiros também estão em operação. Inicialmente, trabalha-se com a meta de fabricar 1.800 máscaras, número que pode aumentar conforme a demanda.

Os suprimentos foram adquiridos pelo Instituto e por meio de doação de empresas, prefeituras, entidades estudantis e dos próprios servidores. Todas as impressoras imprimem um suporte padrão utilizado na fixação da máscara na cabeça. Tiago Simão explica que o processo de impressão é lento e, por isso, a distribuição tem sido realizada aos poucos, em quantidades menores, conforme as necessidades locais.

“Pra mim, que trabalho no pronto-socorro, onde o risco de contaminação é alto, o protetor nos beneficiou muito. Ele não embaça e é fácil moldar em qualquer cabeça”, conta a técnica de enfermagem Eliana de Fátima, funcionária da Santa Casa de Misericórdia da cidade de Piumhi, no Centro-oeste de Minas, onde a distribuição foi feita no dia 24 de abril.

100 mil máscaras cirúrgicas

Hospitais, asilos, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros também já estão recebendo máscaras cirúrgicas fabricadas no campus do IFMG em São João Evangelista, no Leste de Minas. Nesta frente de trabalho, a meta é chegar a 100 mil unidades confeccionadas. Para tornar isso possível, uma força-tarefa formada por servidores, funcionários terceirizados e voluntários resgatou 14 máquinas de costura que estavam paradas, e que eram utilizadas no antigo setor de confecção. Uma parceria com a empresa Route Line (confecção do município de São João Evangelista) foi estabelecida para levantar a matéria-prima necessária. As máquinas foram transferidas para o ginásio poliesportivo do campus, onde foi criado um ambiente de trabalho respeitando as recomendações de distanciamento social para evitar contaminação.

De acordo com o professor Alisson Carvalho, o campus está utilizando o tecido TNT na produção. “Foram adquiridos cinco bobinas de TNT de uso odonto-médico-hospitalar, suficiente para confeccionar 45 mil máscaras. Outros dez rolos de TNT comum e mais cinco doados pela Secretaria Municipal de Saúde serão usados na produção”, explica.

Projeto semelhante também está em andamento no Campus Bambuí, onde uma parceria com costureiras da cidade possibilitou a distribuição de máscaras para a população local. Segundo a professora Meryene Teixeira, uma das coordenadoras da iniciativa, 500 unidades fabricadas com o TNT duplo já foram distribuídas.