Gerais

Acolhimento à mulher vítima de violência foi tema de live

Juíza e assistente social de Itabira discutiram a necessidade da escuta ao acolher mulheres fragilizadas pela violência doméstica.

16/03/2021

Na Semana da Justiça pela Paz em Casa, a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em parceria com a Associação Ambiental Cultivar - Educação Cultura e Sustentabilidade, promoveram, na última semana, a videoconferência "Acolhimento humanizado: a importância do atendimento adequado às vítimas de violência doméstica".

Desembargadora Ana Paula Caixeta falou da igualdade de direitos

As palestrantes foram a juíza da Comarca de Itabira, Cibele Barroso Mourão, e a assistente social do Hospital Nossa Senhora das Dores e Pronto-Socorro de Itabira, Fernanda Silva. O objetivo foi orientar profissionais da saúde, especialmente de Machado, que atendem as vítimas.

A juíza Cibele Mourão elogiou a rede de enfretamento à violência doméstica bem estruturada de Itabira que, com os esforços das várias instituições envolvidas, tem garantido um trabalho de conscientização e enfretamento da violência a mulheres pelos seus familiares, dentro ou fora de suas casas, e de pessoas com as quais estabeleceram laços afetivos.

Juíza Cibele Mourão lembrou da necessidade de dar importância a qualquer tipo de violência

A juíza explicou a caracterização dos cinco tipos de violência doméstica listadas na Lei Maria da Penha, que são elas: física, psicológica, patrimonial, sexual e moral e afirmou que qualquer violência, por mais que pareça menor, é a ponta de um iceberg. As mulheres demoram em média 10 anos para denunciar seus agressores.

"Ele só me deu um soco, um empurrão ou um pontapé". Cibele Mourão disse que essa pequena palavra "só", empregada por muitas mulheres, tem que ser vista como uma palavra gigantesca porque a violência não para aí. Ela terá muitos outros desdobramentos de intimidação e de sofrimento.

A assistente social Fernanda Silva disse que o pronto-socorro de Itabira trabalha de forma humanizada e que todas as vítimas de violência são bem acolhidas pela equipe, começando pela recepcionista. Ela explicou que todas as mulheres são orientadas a fazer a ocorrência de agressão junto à Polícia Militar, porém quando se trata de adolescentes, idosas ou incapazes, a própria equipe de saúde faz, bastando a suspeita de se tratar de vítima de violência.

Assistente social Fernanda Silva afirmou que o atendimento humanizado é essencial para as vítimas de violência

Ao final foi apresentado o vídeo com a música Triste, louca ou má, mostrando, de forma artística, mulheres vitimizadas que depois se empoderam e superam as agressões.

A superintendente da Comsiv, desembargadora Ana Paula Caixeta, fez a abertura e o fechamento da videoconferência. Ela falou da igualdade de direitos, da necessidade de as mulheres serem respeitadas como mulheres, um direito fundamental previsto na Constituição de 1988. Lembrou também que precisou da Lei Maria da Penha, em 2006, para proteger a mulher da violência que ainda sofre. "Esse assunto me entusiasma pela sua extrema importância porque, se não dermos valor ao ser humano, que razão terá a nossa existência? Se não pudermos ser melhores amanhã, que razão terá ter vivido?"

Associação Cultivar

A associação atua em Machado e região, nasceu para cuidar da sustentabilidade ambiental e ampliou seu foco para outras ações sociais atuando em políticas públicas de assistência social para contribuir com o fortalecimento da convivência familiar e comunitária.

Com informações Assessoria de Comunicação Institucional – Ascom - TJMG