23/03/2021
Mulher sexo frágil? Que nada. Quando uma mulher luta em prol da outra, quando uma mulher levanta a coroa da outra sem querer benefício em troca significa que as coisas estão no caminho certo e mostra o poder que o sexo feminino tem.
Na última semana, um grupo de mulheres de Rio Espera foi até a Casa Legislativa da cidade, com cartazes, reivindicar direitos aos vereadores durante a reunião. Na cidade vêm acontecendo casos que têm deixado a população apreensiva em relação a medidas, principalmente contra às mulheres.
Esse grupo, coordenado pela Advogada Ilma, luta pelas causas das mulheres e pelas deficientes e repugna todo e qualquer ato de abuso de poder, seja ele de qual esfera for, público ou privado.
Uma das reivindicações levadas até os vereadores foi o caso da rioesperense Elenice Pereira de Souza Almeida, de 47 anos, desempregada, casada e mãe de três filhos. Lena, como é carinhosamente chamada por todos na cidade, é deficiente e contou que passou no concurso para deficiente físico na vaga de auxiliar de serviços gerais, do qual existia apenas uma vaga, mas que seu laudo não foi aceito. Ela disse que chegou a ser chamada para levar seu laudo médico, procurou uma médica do trabalho que atestou sua aptidão para exercer o cargo, mas com limitações pelo fato dela ser portadora de necessidades especiais.
A cidade ficou comovida com o acontecido e esse grupo chegou a fazer um requerimento/abaixo-assinado para levar até a câmara, mas alguns vereadores que estão lá para trabalhar pelo povo, pela comunidade, não assinaram, o que deixou principalmente familiares de Lena perplexos e com os ânimos exaltados.
Claudineia Pereira de Souza, que é irmã de Lena disse que uma vereadora foi soberba em suas palavras, sem qualquer sensibilidade para falar sobre o assunto, o que a deixou ainda mais indignada.
Lena disse que o prazo final para ela ser chamada seria dia 25 de fevereiro e que antes dessa data levou o laudo até a Administração e que eles só falaram que estava errado no dia do prazo final.
A Advogada Ilma falou sobre esse caso da Lena e disse que ela passou na vaga e só não pode fazer serviço pesado pelo fato da sua deficiência e pediu que os vereadores intercedam por ela junto ao prefeito para que ela seja chamada.
O prefeito Marquinho Matipó estava presente na reunião na Câmara e disse que no dia 25 de janeiro Elenice foi convocada para exercer seu cargo e que o setor jurídico pediu que ela levasse um laudo médico de que ela poderia exercer sua função. Segundo ele, ela levou um laudo em que ela praticamente não poderia fazer quase nada da sua função, por isso ela não tomou posse. Ainda disse que passados alguns dias ela entrou com um processo na justiça para ter a vaga e que o juiz em sua primeira decisão negou esse direito. O prefeito disse que por estar na justiça vai esperar a decisão judicial final.
Elenice disse que só quer trabalhar e reiterou: “Eu estou cansada, indignada e minha família inteira sofre com isso que está acontecendo. Eu tenho três filhos, estou desempregada, sou deficiente física, cuido da minha mãe Maria Isabel que requer cuidados especiais e de minha irmã Maria Sebastiana que é cadeirante. Luto diariamente com forças que nem sei de onde tiro para nos mantermos e agora eu passo em um concurso e esse meu direito de entrar na vaga está sendo ceifado. Só fiz o concurso para esse cargo porque existia a vaga para deficiente. Eu quero um direito que é meu de estar trabalhando. Se eu faço o trabalho aqui em casa, farei com maior prazer lá na Administração, pois trabalhei na prefeitura contratada durante 12 anos, até 31 de dezembro de 2016. Em janeiro de 2017 procurei o prefeito pra renovar meu contrato e ele não quis. Agora estou lutando pelo concurso que passei”, explicou indignada Elenice.
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