Colunista - Dr. Sílvio Lopes de Almeida Neto

UM TEXTO MORTO

Por Dr. Sílvio Lopes de Almeida Lopes - COLUNISTA

16/08/2021

Gosto de rabiscar, traçar garatujas, encher o papel e a vida com rabiscos. Não sou poeta e jamais serei, nem mesmo daqui a duzentos anos. Sou de amargar luta rotineira com o neurônio mais estúpido que tenho. Me tiraram da vista a palavra certa. O Mundo quer assim. Disseram-me que ela me acompanha na escuridade e se esquiva ao amanhecer. Sendo assim, sou predador e presa. Sou um embuste do próprio embuste. Instalado o caos no peito carcomido, gasto, arruinado, sou de lançar, arrojar no lixo de papel, o papel que é o próprio lixo dissimulado. Não vou me converter por tal cisma. Não derramarei uma lágrima, nem que seja de crocodilo, insepulta, que me atormenta. Não vou me debruçar em oração por ela. Escrever deve ser coisa do absurdo, do estranho, a palavra certa, passou da memória.

 

Dr. Sílvio Lopes de Almeida Neto é um renomado advogado com 30 anos de atuação na área criminal. Ele adora defender seu semelhante e, além dessa bonita profissão, gosta de escrever crônicas nos momentos de lazer. Ele é casado com a rioesperense Drª Sara Miranda e reside na maravilhosa cidade de Rio Espera onde recebeu recentemente o título de cidadão honorário.