Por Dr. Sílvio Lopes de Almeida Neto - COLUNISTA
01/05/2020
Mengálvio e Dorotéia estão exaustos. Todo santo dia, e os dias são santificados, eles contam histórias diversas. Na verdade, histórias rebuscadas que seguem na direção da morte. O que se sabe, via de “fofocas de plantão”, é que tais histórias jamais foram postas no papel. Optaram eles, pela oralidade, em face de mentiras nem tão comprometedoras assim, acrescento, contudo, que estrangulam, nem que seja pouco, o raciocínio. Certo é, que o mais célebre dos ouvintes, termina por alegar o adiantado da hora e se vai. Outro, também ouvinte, roga perdão a Deus por escutar tão zelosas pessoas. Outrossim, soube-se ser uma quarta ou quinta –feira, ambas medidas a trapos e cascas de bananas, visto que muitos tropeçaram, escorregaram e, agora por conseguinte estão surdos , mudos e cegos. Mengálvio sempre foi um sujeito que não gosta do trabalho e muito menos da tristeza. Gosta de contar histórias sugestivas que acabam abortivas, lá no campo das ideias. Dorotéia, projeto de escopo – espiã, vigilante – não gosta de voltar para casa sem um frango gordurento debaixo do braço esquerdo. Encontram-se em uma dicotomia de dar dó. Por outro lado, a peludíssima mulher do Quaresma, gosta de interferir nas histórias, principalmente quando lhe chegam aos ouvidos, longe dos atores principais. Ela pode interpretá-las a seu modo e tempo. Resumindo, antes do arrefecer do texto, melhor contar da conclusão idiota : “Se o número de mortos aumentar é porque está subindo; se o número de óbitos diminuir é porque está descendo”. Que números e mortos são esses que aterrorizantes chegam à cada instante? De minha parte, apenas na qualidade de leitor de Franz Kafka é que pretendo subnotificar – notificar menos do que seria esperado ou devido - ao leitor, caso exista algum, que esta insânia – loucura, fatuidade – se apoderou do meu pobre espírito.
Dr. Sílvio Lopes de Almeida Neto é um renomado advogado com 29 anos de atuação na área criminal. Ele adora defender seu semelhante e, além dessa bonita profissão, gosta de escrever crônicas nos momentos de lazer. Ele é casado com a rioesperense Drª Sara Miranda e reside na maravilhosa cidade de Rio Espera onde recebeu recentemente o título de cidadão honorário.