24/03/2022
DE QUELUZ À LAFAIETE
Em 29 de março, comemora-se o Dia Municipal da Viola. Celebrando a data, a Secretaria de Cultura promoveu um encontro entre Davi Tavares e Valter Salgado - mestre e aluno na arte de fazer e tocar o queluziano instrumento. Antigamente, as lutherias representavam um dos fatores econômicos da Vila Real de Queluz. Atualmente as violas não são mais fabricadas em grande escala, mas, se transformaram em relíquias para colecionadores e desafio para resistentes apaixonados pela história deste instrumento, que, convivendo com este tema, o ano inteiro, encontram no mês de março motivos para a divulgação e a popularização da Viola de Queluz.
A ARTE DE SER VIOLEIRO
A Viola de Queluz é uma das identidades culturais mais importantes de Conselheiro Lafaiete. Reconhecida como Patrimônio Histórico Imaterial, sua origem remete ao período colonial e a história conta que o Imperador Dom Pedro II em 1881, ao passar pela cidade, ouviu uma apresentação do violeiro José de Souza Salgado. Quase duzentos anos depois, a arte de ser violeiro é apresentada por fiéis adeptos, que mantêm viva a tradição de fazer e tocar o instrumento.
DAVI TAVARES - O LUTHIER
Já se contam doze anos desde que Davi Tavares confeccionou o primeiro instrumento. Desta produção, existem 41 exemplares distribuídos entre colecionadores e amantes da sonoridade da viola caipira. «A música é muito importante, seja ela em qualquer estilo, clássica, popular, sertaneja. A música retrata a cultura de um povo» - relata Davi. Ser luthier envolve a vocação nata, o aprender com cada nova descoberta e o amor incondicional àquilo que se faz - «quando a gente conserta, a gente aprende», completa o mestre sobre seus feitos.
Os detalhes da marchetaria nas obras de Davi Tavares, evidenciam o modo original de fazer as Violas de Queluz, sendo ele, um dos poucos representantes desta arte nos tempos atuais no município.
VALTER SALGADO - O APRENDIZ
Para contar a história da Viola de Queluz é preciso mencionar a família Salgado, que segundo a história, foi uma das que mais promoveram a musicalidade deste instrumento, bem como, a arte de confeccioná-lo. Valter Salgado - Valtinho, como é conhecido - é carnavalesco, escritor e acrescenta agora em seu currículo, o aprendizado de se fabricar a Viola de Queluz. A investida no ramo, aproximou dois grandes conhecidos: «Já conheço Davi há muitos anos e quando trouxe a minha primeira viola para ele dar nota, meu mestre me chamou atenção aos detalhes, ao cuidado que é preciso para se fazer o instrumento»; resumiu Valtinho sobre a experiência de ser aluno de luthier. «A minha vontade e acredito que a do Davi, é de que a cidade possa ter uma lutheria. Que os jovens possam ter interesse em aprender como fazer um instrumento.
CONTANDO A HISTÓRIA
Dada a importância histórica da fabricação das Violas de Queluz a Secretaria de Cultura através do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico está acompanhando o processo de criação do livro Violas e Violeiros de Queluz
O livro organizado por Gracia Meireles - foto - vai apresentar memórias e pesquisas, que apontam a identidade histórica de fábricas e fabricantes de violas da região.
PROGRAMAÇÕ DA SEMANA DA VIOLA
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